sexta-feira, 29 de maio de 2015

Mad Max, Estrada da Fúria

Primeiramente, gostaria de dizer que fui atraído pela continuação (?) de uma franquia que devo ter visto quando criança, numa época em que não entendia muito das coisas e não dava muita importância pra isso, (tipo hoje em dia, mas eu tinha cabelo) onde o foco seria ação, explosões, cenas e frases legais recheados com personagens bizarros. Neste ponto, posso dizer sem sombra de dúvidas que o filme não só atendeu a expectativa, mas superou em muito.
Sempre que me disponho a ver um filme, seja ele qualquer um, gosto de fazer uma espécie de análise depois, levando em conta se foi bom ou não, e para isso, ainda que eu não seja nem de longe um entendido do assunto, avalio diversos fatores como atuações, profundidade do enredo, críticas envolvidas, lógica (porque não, né?) e o principal, se me divertiu ou não, e para este último, confesso que me limito a simplesmente tentar entender o porquê, já que várias vezes eu sei que o filme foi muito bom, mas fiquei deveras entediado (Gravidade mandou lembranças).
Diante disso, o que posso dizer do Max Malucão? Bom, do começo ao fim o filme me ganhou na “fodareze” dos personagens, colocando logo de cara o dito cujo esmagando um lagarto bugado com a bota e mandando ver na sua boia antes de ser atacado por assaltantes em carangos repletos de coisas explosivas. O desertão pós apocalíptico, não só me convenceu, como me fez me sentir lá, naquela situação de merda.
Na sequencia, a “família real” toda bizarra acaba se tornando um aviso do tipo: Você está certo de que quer continuar? (E como não, né amigo? Eu vim aqui pra isso!!!) Depois surgem os “meia-vida” mostrando como as coisas poderiam ser ainda piores nessas terras, e vejam só, Max serviria de bolsa de sangue a um “meia-vida” que estaria mais pra “um-quarto-de-vida” (e que se tornaria um dos personagens preferidos).
Por último, e sim, pra mim a mais importante, Imperatriz Furiosa. Charlize Theron não mostrou só continuar estupidamente gata, mesmo careca, sem um braço, toda zoada de graxa e num traje que não a ajudaria em nada com relação a isso, como também uma atuação monstruosa, mantendo durante todo o filme uma expressão que me fez sentir tudo o que passava pela sua cabeça durante a fuga de uma forma que falas e mais falas jamais fariam melhor. (Como é bom ver alguém fazendo algo bem feito!)
Quanto a ação, não há o que falar do filme. Tiroteio, explosões, montanhas vindo a baixo, rachas de carros, motos, tratores, briga na tempestade. Tudo foi tão empolgante que o filme se deu ao luxo de cortar uma cena de ação. SIM, MAX VIRA AS COSTAS, OUVEM-SE EXPLOSÕES E ELE VOLTA TODO CAGADO DE SANGUE, COM ARMAS E MUNIÇÃO!!!
Agora o que veio de bônus no filme, foi a análise filosófica que eu até comecei a fazer, mas que foi aprofundada depois do filme conversando com mais gente que assistiu (Oi Dudu). Temos logo de cara, o Immortan Joe liberando um pouco d’água pro povo e mandando a frase: “não se viciem em água”. CARA!!! EM QUE MUNDO ALGUÉM PODE SE DAR AO LUXO DE PRIVAR OS OUTROS DE ALGO TÃO ESSENCIAL ASSIM? (Não, pera!) É exatamente assim que os direitos são tratados do lado de cá da tela por aqueles que “detém” o poder de concedê-los.
Depois vemos como é escancarada a ridicularidade da adoração aos carros, combustível e pólvora, como parece ridículo o fanatismo vindo do outro lado da tela quando o sujeito pinta a cara de prata pra se matar e chegar ao outro mundo “cromado”. Parece louco, parece engraçado, mas não parece muito diferente do lado de cá da tela. Gente perdendo a vida pra conseguir um carro ou vendendo suas crenças por estar fragilizado com alguma coisa parece até trivial.

Por fim, outra coisa que me chamou a atenção de uma forma extremamente positiva e que eu não consigo descrever a mensagem de outra forma senão me remetendo às cenas. Entendam como quiserem, mas o cara da guitarra num puta caminhão cheio de caixas de som e as velhinhas nas motocas estão nos dizendo algo. Algo que, ao seu modo, também é essencial!