Primeiramente, gostaria de dizer que fui atraído pela
continuação (?) de uma franquia que devo ter visto quando criança, numa época
em que não entendia muito das coisas e não dava muita importância pra isso, (tipo
hoje em dia, mas eu tinha cabelo) onde o foco seria ação, explosões, cenas e
frases legais recheados com personagens bizarros. Neste ponto, posso dizer sem
sombra de dúvidas que o filme não só atendeu a expectativa, mas superou em
muito.
Sempre que me disponho a ver um filme, seja ele qualquer
um, gosto de fazer uma espécie de análise depois, levando em conta se foi bom
ou não, e para isso, ainda que eu não seja nem de longe um entendido do assunto,
avalio diversos fatores como atuações, profundidade do enredo, críticas
envolvidas, lógica (porque não, né?) e o principal, se me divertiu ou não, e
para este último, confesso que me limito a simplesmente tentar entender o
porquê, já que várias vezes eu sei que o filme foi muito bom, mas fiquei
deveras entediado (Gravidade mandou lembranças).
Diante disso, o que posso dizer do Max Malucão? Bom, do
começo ao fim o filme me ganhou na “fodareze”
dos personagens, colocando logo de cara o dito cujo esmagando um lagarto
bugado com a bota e mandando ver na sua boia antes de ser atacado por
assaltantes em carangos repletos de coisas explosivas. O desertão pós apocalíptico,
não só me convenceu, como me fez me sentir lá, naquela situação de merda.
Na sequencia, a “família real” toda bizarra acaba se
tornando um aviso do tipo: Você está certo de que quer continuar? (E como não,
né amigo? Eu vim aqui pra isso!!!) Depois surgem os “meia-vida” mostrando como
as coisas poderiam ser ainda piores nessas terras, e vejam só, Max serviria de bolsa
de sangue a um “meia-vida” que estaria mais pra “um-quarto-de-vida” (e que se
tornaria um dos personagens preferidos).
Por último, e sim, pra mim a mais importante, Imperatriz
Furiosa. Charlize Theron não mostrou só continuar estupidamente gata, mesmo
careca, sem um braço, toda zoada de graxa e num traje que não a ajudaria em
nada com relação a isso, como também uma atuação monstruosa, mantendo durante
todo o filme uma expressão que me fez sentir tudo o que passava pela sua cabeça
durante a fuga de uma forma que falas e mais falas jamais fariam melhor. (Como
é bom ver alguém fazendo algo bem feito!)
Quanto a ação, não há o que falar do filme. Tiroteio,
explosões, montanhas vindo a baixo, rachas de carros, motos, tratores, briga na
tempestade. Tudo foi tão empolgante que o filme se deu ao luxo de cortar uma
cena de ação. SIM, MAX VIRA AS COSTAS, OUVEM-SE EXPLOSÕES E ELE VOLTA TODO
CAGADO DE SANGUE, COM ARMAS E MUNIÇÃO!!!
Agora o que veio de bônus no filme, foi a análise
filosófica que eu até comecei a fazer, mas que foi aprofundada depois do filme
conversando com mais gente que assistiu (Oi Dudu). Temos logo de cara, o Immortan
Joe liberando um pouco d’água pro povo e mandando a frase: “não se viciem em
água”. CARA!!! EM QUE MUNDO ALGUÉM PODE SE DAR AO LUXO DE PRIVAR OS OUTROS DE
ALGO TÃO ESSENCIAL ASSIM? (Não, pera!) É exatamente assim que os direitos são
tratados do lado de cá da tela por aqueles que “detém” o poder de concedê-los.
Depois vemos como é escancarada a ridicularidade da
adoração aos carros, combustível e pólvora, como parece ridículo o fanatismo
vindo do outro lado da tela quando o sujeito pinta a cara de prata pra se matar
e chegar ao outro mundo “cromado”. Parece louco, parece engraçado, mas não
parece muito diferente do lado de cá da tela. Gente perdendo a vida pra
conseguir um carro ou vendendo suas crenças por estar fragilizado com alguma coisa
parece até trivial.
Por fim, outra coisa que me chamou a atenção de uma forma
extremamente positiva e que eu não consigo descrever a mensagem de outra forma
senão me remetendo às cenas. Entendam como quiserem, mas o cara da guitarra num
puta caminhão cheio de caixas de som e as velhinhas nas motocas estão nos
dizendo algo. Algo que, ao seu modo, também é essencial!